sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Afastamentos do trabalho por depressão e estresse aumentam

25-11-2011 – Sinait
O INSS registrou um grande aumento, a partir de 2006, de afastamentos de trabalhadores por transtornos psicológicos como depressão e estresse mental. A pressão por produtividade e a introdução de novas tecnologias, que exigem dedicação mental extrema podem estar na raiz do problema.
A identificação do problema tem, hoje, um diagnóstico mais preciso por parte dos profissionais de saúde e dos peritos do INSS. A introdução do Nexo Técnico Epidemiológico, que faz a ligação entre atividades profissionais e adoecimentos, é um dos fatores que ajuda a decidir sobre a necessidade de afastamentos. Nessa lógica, o empregador é que tem a responsabilidade de provar que o adoecimento não foi causado pela atividade que o trabalhador desempenha.
Essas afirmações são resultados de estudos realizados e também de estatísticas do INSS.
Veja reportagem do jornal Folha de São Paulo
25-11-2011 – Folha de São Paulo
Afastamentos por doenças mentais disparam no país
Depressão e estresse ligados ao trabalho levam a afastamento pelo INSS
Concessões de auxílio-doença acidentário para episódios de transtornos mentais cresceram 19,6%
ÉRICA FRAGA / VENCESLAU BORLINA FILHO / DE SÃO PAULO

O mercado de trabalho tornou-se um foco de doenças como depressão e estresse. A tendência já se reflete em forte aumento no número de brasileiros afastados pelo INSS por esse tipo de problema de saúde.
As concessões de auxílio-doença acidentário para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.
O aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS.
Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.
"Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental", diz Thiago Pavin, psicólogo do Fleury.
Existem dois tipos de auxílio-doença concedidos pelo INSS: os acidentários e os previdenciários.
O primeiro grupo, que representa uma fatia pequena (cerca de 16%) do total, inclui os casos em que o médico perito vê vínculo entre o problema de saúde e a atividade profissional do beneficiário. Quando essa ligação não é clara, o afastamento cai na categoria previdenciária.
Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho (leia texto abaixo). Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.
Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010. Por isso, a explosão ocorrida no primeiro semestre deste ano acendeu uma luz amarela no governo.

 Fonte : SINAIT - Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho